segunda-feira, 30 de maio de 2016

Visita ao Inhotim - Galeria Cildo Meirelles

  Na visita ao Parque do Inhotim meu grupo ficou de visitar a Galeria Cildo Meirelles, com ênfase na obra Através. A primeira impressão que tivemos ao encontrar o prédio da galeria foi uma dúvida: era ali que estava a exposição? O edifício era bem escondido e fechado, causando um receio de simplesmente abrir a porta e entrar, pois, será que isso era o certo?

Croqui da entrada do edifício

  Ao entrarmos nos deparamos mais inúmeras vezes com essa situação de não saber até onde podíamos entrar ou tocar. No centro da sala o chão era coberto por cacos de vidro, e sobre esse "tapete" havia diversos objetos geralmente usados para impedir a passagem ou visão das pessoas (como grades, cortinas, arames, vidro) e no centro uma enorme bola de papel celofane.


   Ao ler a descrição reparamos que era exatamente isso que Cildo Meirelles queria explorar: a reação das pessoas diante da proibição e promover que elas passem por cima dessas barreiras.
   A arquitetura do prédio, mesmo não sendo feita especificamente para a obra se encaixava perfeitamente, tanto no exterior, por também parecer uma barreira, quanto no interior que propunha um clima tenso e misterioso, além da acústica que repercutia o som agoniante das pessoas pisando no vidro, o que, na nossa opinião, era um fator muito importante para levar a interpretação da obra ao máximo.

Croqui interno

Pergunta sobre virtualidade e interatividade.

   A pergunta propriamente elaborada não está mais comigo ou com meu grupo, mas a duvida que levantamos foi sobre o limite ou meio termo entre a mágica e a magia da experiência, isto é, como podemos conciliar a explicação sobre determinado objeto ou instalação e a dúvida sobre como essa "mágica" funciona.

Objeto para Corte a Laser

  O objeto proposto para o corte a laser brincava com diversos formatos a partir do encaixe de discos em estruturas no formato de pentes.



   Ele poderia ser montado e remontado de acordo com a imaginação da pessoa e poderia ter diversos usos, como para enfeita ou "porta-treco".

Trio: Alice Neves, Isabela Nunes e Luiza Fattini.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Primeira apresentação do objeto interativo

   Meu objeto interativo se baseava na ideia de atrair pessoas por um interesse em comum, porém não encontrei uma maneira de fazê-las trazer seus interesses para comparar com o de outros espectadores. Assim, programei o meu para que elas descobrissem qual "interesse" estava no objeto e assim, de acordo com a aprovação ou reprovação, elas descobririam uma característica uma da outra.
   Porém ele acabou indo além disso, quando fiz uma forma bem convidativa, e as pessoas se atraiam mais por ela do que pela história a ser narrada.
 


   Para construí-lo montei 4 circuitos de leds, que enrolei com papel bolha para melhor difusão da luz, com sensores de pressão e 2 de vibracalls com sensor de movimento, assim ao apertá-lo ele brilhava e ao movimentá-lo ele vibrava. A estrutura dele foi feita com um pano com 5 repartições, uma central e duas como "pétalas" por fora, na abertura do meio enchi de bolinhas de isopor (para dar maciez mas ao mesmo tempo um pouco de firmeza) coloquei os dois circuitos que vibravam e uma caixinha de som onde era narrada a historia do primeiro livro da série Harry Potter, nas repartições dos cantos coloquei fibra (mais macia que o isopor)  e os circuitos com leds.

II Crítica do objeto

   Para auxiliar na interação entre duas pessoas seria interessante que a ideia se misturasse com a do objeto do Arthur, em que duas pessoas se posicionam uma de frente para outra para enxergar o que está dentro.

   Croqui bem básico da estrutura, porém logo após terminar o desenho pensei que ao invés de evidente a localização da fonte de luz ela poderia ser mais discreta, assim um observador teria que descobrir até que ponto as fendas formam uma imagem para ele e até qual para a outra pessoa.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Apropriação do espaço

  A apropriação do espaço, principalmente o urbano, pode acontecer por diversas formas e acaba por modificar o espaço por utilizá-lo de uma maneira inovadora. Aqui segue 5 modos de apropriação:

   Parkour



   O termo Parkour veio da expressão "parcours" que significa percurso em francês e se refere a um treino de transposição de obstáculos do seu ambiente e também uma busca pela autonomia e controle do corpo e mente sobre os desafios do cotidiano. Nessa prática os "traceurs" e "traceuses" adquirem uma nova visão, interagindo e reaproveitando, do ambiente ao seu redor, identificam, então, novos desafios e encontram a coragem de superar não apenas esses desafios dos locais como do próprio corpo. É uma forma de apropriação do espaço pois apresenta uma nova utilização para o mesmo: de desafios a serem arrebatados.


   Deriva




   A Deriva é uma prática em que o sujeito ignora rodos os preconceitos com o espaço e qualque informação que saiba sobre ele e sai andando, virando curvas aleatoriamente e anotando toda a experiência. É uma forma de apropriação por promover uma intensa relação pessoa-ambiente e um conhecimento de forma inovadora.


  Flaneur


  
A Flaneur consiste em "vadiar" pelas ruas de uma cidade a fim de conhecê-las, segundo Boudelaurie. Isto seria passear pelo espaço sem um rumo específico, apenas observando os aspectos visuais, históricos, sonoros e todas as percepções que podem ser feitas da cidade.

   Rolezinhos


   Os rolezinhos são uma forma de apropriação que muito trouxe polêmica nos últimos anos. Consiste em um encontro programado de centenas de pessoas em locais públicos, como parques, praças, shoppings, entre outros. Na maioria, esses "rolês" são determinados nas redes sociais e feitos por jovens de classes mais baixas, a apropriação por esses grupos em shoppings ou locais considerados mais "elites" tem provocado intensas discussões sobre o assunto.

  Flash Mob


   O Flash Mob consiste em um grupo de pessoas que "param" um determinado local para realizar uma atividade programada, como uma apresentação de dança em um local público movimentado, ou de música em uma praça, desde que surpreenda os não envolvidos do espaço. Assim, há uma nova apropriação inesperada de um lugar em que não se era esperado esse tipo de espetáculo.

Seminário de Interatividade

   Após lermos os textos sobre interatividade, escolhemos um exemplo que muito chamou a atenção do meu grupo e procuramos um outro que, pana nós, também foi interativo e atraente.
   O primeiro foi Microphones (2008), de Rafael Lozano-Hemmer: uma instalação de detinha diversos microfones vintage em diferentes alturas dispostos em um círculo em uma sala fechada. Dentro de cada um tinha um gravador e tudo estava conectado a uma rede de computadores, assim quando alguém dissesse algo no microfone, sua voz seria gravada e a uma fala já registrada no sistema é tocada como uma "resposta" à pessoa. O interessante foi analisar a interação sem que duas pessoas estivessem necessariamente no mesmo local no mesmo tempo, isso poderia ser relativo.

   O segundo foi uma obra de mestrado de Comunicação espacial da Universidade de Ciências Aplicadas de Meinz, chamada SHIFT. Era constituído de diversos cubos coloridos e próximos, onde as pessoas acabavam se sentando, porém ao "abaixar" um dos cubos, outro se levantava, as vezes um outro que também tivesse alguém sentado. Para o meu grupo, essa ideia de se encontrar em uma situação inesperada e engraçada com alguém incitaria uma troca de risos ou até de conversa, assim, estaria promovendo a interação.

Crítica do objeto interativo

  O objeto interativo que fiquei de criticar, do aluno Matheus, tem uma forma curiosa e portante convidativa, nos incita a descobrir o que aquilo faz. Promove uma relação dialógica entre a pessoa-objeto, pois ao entendermos como este funciona somos desafiados a criar novos desenhos e formas.

   Porém, as lâminas muitas vezes ficam difíceis de manusear devido ao material usado, se a estrutura onde se encaixam as lâminas fosse feita com um material mais liso ou se as aberturas fossem suavizadas, ficaria mais prático.
  A lógica da construção do objeto é finalística, pois a única coisa a se fazer é colocar e tirar as lâminas onde tem desenhos abstratos que formam sombras devido a uma fonte emissora de luz no fundo da estrutura, mas as possibilidades são tantas e tão desafiadoras que, primeiramente, eu classifiquei como programático. Na minha concepção há como encaixá-lo nas duas categorias. Sua construção foi finalística, mas a relação da pessoa-objeto é programática.
   E esta relação é a mais promovida, pois a entre as pessoas não é muito facilitada. Cada um quer desenhar aquilo do seu inconsciente e não compartilhar a construção. É quase necessário pedir licença para quem estar manuseando para também mexer no objeto. Para que isso não acontecesse deveria ter uma segunda face onde houvesse outro jogo de sombras. Talvez com a utilização de espelhos o objeto tomaria um formato de "V" e permitiria duas pessoas mexerem aos mesmo tempo, ou com a fonte de luz no centro do "cano" que teria uma tela dos dois lados e as pessoas brincariam juntas, uma de frente para outra, mas cada uma com sua construção individual.

terça-feira, 17 de maio de 2016

O apaixonante cinema de Pedro Almodovar

   Interessada com propagandas na escola, resolvi ir em um filme desse diretor que já ouvira ser polêmico, mas nunca tinha visto um filme assinalado por ele. Infelizmente, olhei a programação errada do dia errado e não consegui entrar em uma sessão. Assim, acabei procurando um dos filmes mais famosos e de Almodovar e assisti junto de minha prima. E, apesar de não ter funcionado ir até o Sesc Palladium para la analisar a produção, acho que minha experiência ainda conta...


  A Pele em que Habito conta a história de um cirurgião louco interpretado por Antonio Banderas que, após a morte de sua mulher em um incêndio, usa uma cobaia para tentar encontrar uma pele perfeita (misturando DNA humano com o de porco). Isso é tudo que o filme nos conta no início. Assim surgem as questões, como quem é aquela mulher que tem o corpo usado para experimentos? Por que ela está presa em um quarto da casa? Por que a mansão só tem uma empregada? Quem é ela que parece ser mais que só isso?
   Não responderei as perguntas em nome daqueles que ainda não assistirão o filme, mas no auge de nossa curiosidade os dilemas começam a se explicarem de uma forma calma e mas que só trás sentimentos de desgosto e incômodo para nós expectadores. Em certo momento você se apavora pensando no "será que..." E fica ainda mais horrorizado quando descobre que sua hipótese estava certa. O final do filme é para se refletir durante tempos: seria aquela história possível? Minha prima diversas vezes tornou a se indignar "Mas naquela cena do início do filme, era tal pessoa!" E eu fiquei na mesma reação.
   Mas não comprei a história contada. A paixão enlouquecida, o trágico trauma de um assédio não me convenceram. É uma história interessante e aterrorizante, mas não promete um terror psicológico ou mesmo um drama simpatizante. Nenhum personagem, na minha opinião, conseguiu fazer com que torcêssemos por ele. Antonio Banderas é um louco que poderia ter esse potencial, mas durante todo o filme nenhuma diferença fazia se ele morresse ou não. Assim tambem com a personagem Vera, que deveria ser mais forte e nos fornecer um sentimento de vingança.
   Como não participei de discussões (apenas com minha companhia), li algumas críticas para direcionar-me melhor para escrever esse texto. Vejo que não foi um dos melhores trabalhos de Almodovar (através delas), apesar de ser um dos mais famosos, e que realmente a história se perde na revelação dos mistérios. E as críticas, que eu pensei que teria, à sociedade, na realidade, quase inexistem.
   É uma história de horror e loucura, que encabularia até os próprios loucos, pois acredito que ninguém gostaria de agir como o personagem de Banderas no filme. E pondera as irracionalidades humanas, seja a do cirurgião, seja a do personagem Vicent, ou o frágil emocional de Norma. E assim nos afeta culturalmente, apresentando-nos as possibilidades que poderiam acontecer devido a toda essa instabilidade da tao valorizada razão do ser humano.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Parque municipal: croqui e representatividade


   A busca desenfreada do homem pela perfeita representatividade nos deixou com a nova ferramenta "Google Street View" que simula, em todas as direções, a visão de um espectador que anda por determinada rua. Desse modo, observamos como era a visita ao Parque Municipal de nossas próprias casas, além de acompanhar a mudança das ruas aos arredores do Parque através do tempo, para depois comparar com a real estadia no lugar.
   Ainda que seja bem realista, pela imagem do computador nós podemos apenas ter a noção de como é determinado local, o que é diferente de se sentir ocupando aquele espaço. No Street View, apesar de conseguirmos visualizar com vários ângulos, estes não são afetados por minha altura, ou pelo movimento do meu corpo, o balançar dos meus passos, como ocorre quando realmente estou lá.

   Portanto, essa ferramenta representa o visual local com perfeição, sem a influência do observador, dando uma visão mais crua e técnica do lugar, servindo como uma ótima maneira de se criticar e analisar uma paisagem de modo racional, mas ela nao capta a essência e influência do que é "estar lá" pois isso vai além da razão, essa visão é, também, emocional.


Croqui do Viaduto Santa Teresa que está nos arredores do Parque Municipal, e que teve a passagem de baixo fechada com o passar dos anos segundo o histórico do Google Street View

Croquis do Parque das Mangabeiras

Croqui de longa duração

Croqui sobreposto

Croquis da Praça da Liberdade

Croqui da região escolhida e analisada

Croqui sobreposto da árvore

domingo, 1 de maio de 2016

Segundo parágrafo sobre Animação Cultural

   Após ler diversos parágrafos de meus colegas de sala pude observar que muito deles chegaram a conclusão de que os objetos podem, sim, estar dominando os seres humanas, o que condiz com parte de minha observação. Peguei-me pensando sobre o porquê de muitos não pararem para analisar a criação desses materiais e concluí que é porque essa parte já não importa. Nós, seres humanos, podemos inventar e reinventar qualquer coisa, mas já somos dominados pelos objetos existentes. Já dependemos deles o suficiente, até mesmo para dar origem a novos nos baseamos ou utilizamos objetos já existentes. Como no trabalho do objeto interativo, cada um de nós criou uma nova "coisa", mas utilizando outras que já existiam, como, no meu caso, tecido, isopor, fios de cobre, bateria, LEDs, e, também, buscando inspiração, como objetos que nos transmitem conforto.