quarta-feira, 30 de março de 2016

Apenas ao acaso

   Tentando seguir o caminho da lógica programática, alcancei uma conclusão de que minha vida pode ser comparada a uma roda da sorte.
   Nessa brincadeira, o objeto não tem a finalidade de oferecer algo de bom ou ruim a alguém, tem apenas a chance de dar sorte, azar ou mesmo ser irrelevante no mundo. Também não é consequência de um acontecimento importante, nunca se existiu a necessidade de se criar uma roda da sorte, alguém apenas a fez, talvez para se divertir, talvez para pregar peças, talvez para ganhar dinheiro fácil... Só se sabe que foi construída, quem sabe ao acaso? 
   Assim também é a vida, não só a minha, como pode-se comparar a vida dos homens em geral: uma surpresa. Surgimos sem conhecer uma causa ou uma finalidade e vamos sofrendo com acontecimentos de sorte ou azar ou até irrelevantes, até que se aproxime o dia de nossas mortes. 
   Mesmo além do modo tradicional de se jogar a roda da sorte, há outos eventos que podem ser incluídos nessa comparação, pois os acaso que ocorrem, não são limitados como as secções da roleta. Ela pode ser danificada por chuva, pode cair no chão e quebrar, um indivíduo pode abusar de força contra ela e danificá-la ou amassá-la. Assim como coisas inusitadas podem nos acontecer: podemos ficar doentes, conhecer e abandonar pessoas ou ser acertados por uma bala perdida. Tudo isso sem propósito ou motivo. Apenas ao acaso.

A caminho da lógica programática

   Como uma aluna que não participou da aula em que ocorreu a dinâmica de levar um objeto que nos representa e analisá-los e relacioná-los a outros na sala de aula, baseei minha pesquisa para esse parágrafo nos textos de meus colegas. Assim, escolhi um por minha conta, o qual eu levaria se tivesse participado do exercício e tentei analisá-lo de acordo com a lógicas e relacioná-lo a outros. Espero que eu não fuja da real intenção deste trabalho, esforcei-me o máximo para não fazê-lo.

   Escolher um objeto com o qual eu me identifico é uma tarefa complicada, pois eu não sei exatamente o conceito de "identificar". Suponhamos que seja ter características em comum, mas é difícil, porém possível, comparar minhas características humanas com a de objetos. Analisando essa linha de pensamentos, concluí que o melhor jeito de me comparar com seres inanimados, seria analisando suas finalidades e causas, o que entraria nas lógicas finalística e causalística.
   Resolvi optar por um bloco de notas em branco e comparar suas características e status com os meus, porque me vejo dessa maneira para a vida, aberta para novas experiências, novas informações e novas assinaturas, e, portanto, a caminho de uma identidade, assim como o meu bloquinho. E, a partir do texto Nosso programa, de Vilém Flusser encontrei-me no rumo da lógica finalística ou da programática. A primeira, pois estou virada para o futuro, para o que vou encontrar, atrás de um objetivo de criar um "eu", mas também da segunda pois não conheço os rumos, estou vivendo de acordo com os acasos.
   Pela lógica finalística, meu bloco de notas pode ser relacionado a uma caneta, pois têm semelhantes destino e conectados, como anotar informações. Já pela causalística, posso conectá-lo com o livro do Harry Potter, pois posso imaginar que um dia a ideia para a leitura esteve escrita em um bloquinho qualquer.

terça-feira, 29 de março de 2016

Croqui do Museu da Pampulha


Arquitetura x Moda

   A princípio tão diferentes, mas com fundamentos tão semelhantes, tanto a moda como a arquitetura são expressões artísticas que protegem a sociedade e caracterizam culturas, locais e personalidades. Assim, pode-se aproximar o trabalho de um arquiteto com o de um designer, ambos criam elementos que serão entregues e absorvidos por pessoas como bases de uma identificação popular ou pessoal. Além de os dois terem de se preocupar com aspectos sociais e geográficos do lugar (como o clima), o que entra na categoria do uso dessas duas matérias como forma de proteção, principalmente contra o frio. E, dentre inúmeras semelhanças entre os dois aspectos, é difícil encontrar diferenças que não sejam gritante como a do material de trabalho. Uma distinção é a coletividade que a arquitetura atinge, enquanto a moda, apesar de identificar uma cultura, fornece um trabalho de maior identificação individual e mais mutável, pois tecidos pouco duram se comparados a tijolos, tanto que construções são mais utilizadas para analisar povos antigos, como os egípcios. Mas muito se pode discutir a respeito dessas duas artes tão distintamente parecidas.

Animação Cultural

   Curiosa é a sensação que nos envolve assim que lemos análises do ou o próprio texto "Animação Cultural" de Vilém Flusser, que nos apresenta a visão do mundo pela perspectiva de uma mesa. No início parece confuso e surreal, principalmente quando se observa a protagonista sentir-se superior ao homem e até propor uma Revolução para solidificar essa superioridade. Mas essa uma ideia que raramente se pensa sobre, pois parece óbvio o ser humano dominar os objetos. Esse texto nos faz pensar: por que não o contrario? E, em certo modo, ele está certo. Na sociedade contemporânea, o homem é extremamente dependente da tecnologia e dos objetos, a vida de ninguém seria a mesma caso esses seres inanimados se recusassem a nos obedecer. Talvez sejamos mais dependentes deles do que eles de nós.
   Porém há o fator da criação: é o homem quem dá origem aos objetos, com a intenção de facilitar a própria vida. Assim, para existirem, os instrumentos dependem da mão de obra e da criatividade humana.
   Portanto, o mais adequado de se pensar, em minha opinião, seria não vangloriar nenhum dos dois fatores, pois são interdependentes entre si. Não há um superior ao outro e esse deveria ser o pensamento mútuo, e é a conclusão que pude resgatar da ficção apresentada.